Back Then, um jogo sobre um doente de Alzheimer
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A editora Outriders & RP Studios criou um jogo que já recebeu muita atenção ao receber o prémio “Melhor Jogo” do PlayStation Talents de 2019. Neste jogo a personagem principal não tem super poderes, não se balada de prédios, nem salta em cima dose tartarugas para salvar a princesa.
“Os jogos não são só tiros, os jogos também podem ter essência”, afirma Rúben Pereira, o game designer, relembrando o impacto que a sua “bisavó Laurinda” e os familiares com Alzheimer de todos os membros da equipa tiveram para a criação deste videojogo vencedor.
Juntamente com Rúben Pereira, Calebe Motta, Carlos Pinto e Aquiles Dias criaram o jogo Back Then. E como explica Rúben, o jogo divide-se em duas partes “Uma é a parte do presente, em que se está numa cadeira de rodas, tem-se Alzheimer, e está-se num lar. E outra, no passado, em que vemos o deterioramento da personagem em si, como a família lida com ele, várias interações, vários casos de como tudo se vai sucedendo”.
Explica também que o que procuram com o jogo não é ganhar dinheiro, “é que o jogador acabe o jogo e fique a pensar no assunto”.
“O projeto começou por ser sobre o abandono de idosos” e, inicialmente, era para ser “sobre paralisia do sono”. Depois, viram que tinham todos uma coisa em comum, como explica Rúben: “Percebemos que todos tínhamos família com Alzheimer. Achámos peculiar e pensámos porque não fazer um jogo sobre isso?”
Com casos próximos na família desta doença, todos sentem que o projeto lhes é próximo. “A parte mais estranha é que as pessoas, antes de as perdermos, elas perdem-se a elas próprias. É uma doença como mais nenhuma”, desabafa Aquiles. O sentimento estava lá nessa gamejam, mas havia uma pergunta mais difícil, conta Rúben: “Ok, como é que vamos fazer um jogo sobre Alzheimer?”. Começaram a programar, desenhar e criar o jogo. O resto levou-os a diversas vitórias.


O jogo tem lançamento previsto para Setembro de 2021. Coloque já o jogo na sua Wishlist da Steam.
Fonte: Observador